quinta-feira, 19 de julho de 2012

Ciclos, cartas, memes e saudade

De tempos em tempos nossa perspectiva de vida muda. A felicidade é cíclica, bem como a tristeza (graças a Deus!). Por esse motivo, se você estiver triste, trate de ficar feliz imediatamente! Porque sua felicidade está mais próxima de você do que você pode supor.

Ontem acordei com preguiça e mal humorada, porque tive que levantar cedo para trabalhar em um dia atípico. Tomei um banho e fui tomar café da manhã com uma pessoa que sempre recarrega as minhas baterias com seu bom humor e altruísmo: minha mãe.

Quando cheguei no trabalho, já enxergava o dia de forma diferente. A grandiosidade da vida está justamente na capacidade que temos de mudar nossa perspectiva, como citei lá em cima no início desse texto. Mas ainda tem mais: a flexibilidade dos ciclos é quem garante  que a gente não surte na maioria das vezes. Rs…

Já me peguei pensando o quanto sou desafortunada por não ter a vida com a qual sonhei… Mas só as vezes, tá! Na maioria delas, passo o tempo todo agradecendo a Deus pelas coisas que me acontecem diariamente. Podem até ser mínimas, mas eu sempre percebo esses pequenos milagres e nuca deixo de dizer a Ele que notei. Seja de imediato ou quando deito minha cabeça no travesseiro para dormir.

O mais estranho de tudo isso é que, no momento que me dispus a escrever esse texto, tinha em mente o dia do amigo e a saudade que sentia de alguns amigos distantes; de um tempo distante que não volta mais. Ainda que a gente se una, a mágica acabou, dando lugar apenas a alguns sentimentos não revelados no momento certo. Ainda sim, sinto saudades…

Naquele tempo eu tinha uma perfeita visão da perspectiva da minha vida e jamais poderia imaginar que um dia eu perderia o controle dessa situação tão confortável. Que eu iria apenas guardar esse sentimento em um lugar recôndito em meu coração.

É… Faz parte… Ciclos, lembra?

Já fiz zilhões de promessas sobre o que vou fazer e o que não vou fazer mais. Ah, tô cansada! Já notei que reproduzir padrões não é mais a minha praia. Eu não tenho intenção de chocar, eu só quero uma assinatura autêntica da minha própria vida. Não quero ser um número de protocolo… Quero quebra-lo. Ainda que o tempo se esvaia a cada dia  e eu permita que ele passe ao meu lado lutando ou deitada em minha cama, dormindo como uma Bela Adormecida centenária.

É quando durmo que sonho mais. E quando acordo, realizo. Ainda que demore, ainda que ciclicamente, ainda que na mesma perspectiva.

Esse é o meu avesso… E meu direito.

Hoje, mais uma vez, sentei pra jogar. Trouxe dessa vez todas as minhas fichas e, honestamente, quero jogar mais limpo do que nunca. Estou disposta a apostar alto nesse jogo. Quem sabe eu faço um straight flush?

Estou cansada de ver minha vida passar numa poker face, farta de, mesmo estando cercada de gente, me sentir forever alone. Quero gritar challenge accepted  e mandar um fuck yeah no final.

Da vida, me gusta!

domingo, 20 de maio de 2012

Pedido de Demissão da Vida Adulta


Venho por meio desta, apresentar oficialmente meu pedido de demissão da categoria dos adultos.

Resolvi que quero voltar a ter as responsabilidades e as idéias de uma criança.

Quero acreditar que o mundo é justo, e que todas as pessoas são honestas e boas.

Quero acreditar que tudo é possível.

Quero que as complexidades da vida passem despercebidas por mim, e quero ficar encantada com as pequenas maravilhas deste mundo.

Quero de volta uma vida simples e sem complicações.

Estou cansada de dias cheios de papéis inúteis, computador, notícias deprimentes, contas, fofocas, doenças, e a necessidade de atribuir um valor monetário a tudo que existe.

Não quero mais ter que inventar jeitos para ganhar dinheiro para pagar por coisas que verdadeiramente não necessito.

Não quero mais dizer adeus a pessoas queridas e, com elas, a uma parte da minha vida. Elas ficam, a partir de agora, eternamente vivas no meu mundo da imaginação.

Quero deitar a cabeça em meu travesseiro todas as noites, chamar ao Deus Todo-Poderoso de "Papai do Céu" e apagar cinco segundos depois.

Quero ter a certeza de que Ele está mesmo no céu, e que durante o sono nos encontramos e conversamos um monte.

Quero ir tomar café da manhã na padaria da esquina, e achar bem melhor do que um restaurante cinco estrelas.

Quero viajar ao redor do mundo no barquinho de papel que vou navegar numa poça deixada pela chuva. A mesma chuva que me molhou inteira porque continuei brincando na rua.

Quero jogar pedrinhas na água e ter tempo para olhar as ondas que elas formam.

Quero andar me equilibrando nos paralelepípedos como se fosse a grande equilibrista do circo.

Quero achar que as moedas de chocolate são melhores do que as de verdade, porque posso comê-las e ficar com a cara toda lambuzada.

Quero levar duas horas comendo o meu Galack, torcendo para que ele nunca acabe.

Quero ficar feliz quando amadurece a primeira manga, ou quando tenho que colher todas as goiabas para fazer doce na panela de barro.

Quero poder passar as tardes de verão à sombra de uma árvore, construindo castelos no ar e dividindo-os com meus amigos.

Quero voltar a achar que chicletes e picolés são as melhores coisas da vida.

Quero que as maiores competições em que eu tenha de entrar sejam um jogo de cartas, dominó ou fazer túneis na areia da praia ...

Eu quero voltar ao tempo em que tudo o que eu sabia era o nome das cores, dos números de 1 a 10, das cantigas de roda, recitar a "Batatinha quando nasce" e isso não me incomodava nadinha, porque eu não tinha a menor idéia de quantas coisas eu ainda não sabia...

Voltar ao tempo em que se é feliz, simplesmente porque se vive na bendita ignorância da existência de coisas que podem nos preocupar e aborrecer. 


Eu quero acreditar no poder dos sorrisos, dos abraços, dos agrados, das palavras gentis, da verdade, da justiça, da paz, dos sonhos, da imaginação, dos castelos no ar e na areia. E o que é mais: quero estar convencida de que tudo isso vale muito mais do que o dinheiro!

Por isso, tomem aqui as chaves do carro, a lista do supermercado, as receitas do médico, o talão de cheques, os cartões de crédito, o contracheque, os crachás de identificação, o pacotão de contas a pagar, a declaração de renda, a declaração de bens, as senhas do meu computador e das contas no banco, e resolvam as coisas do jeito que quiserem. A partir de hoje, isso é com vocês, porque eu estou me demitindo da vida de adulto.

Agora, se você quiser discutir a questão, vai ter de me pegar, porque...

PIQUE! O PEGADOR ESTÁ COM VOCÊ! e, para sair do pegador, só tem um jeito: demita-se você também dessa sua vida chata de adulto, e venha brincar comigo. Vamos andar na chuva sem medo do resfriado.

NÃO TENDO MEDO DE SER FELIZ!


Aqui estão alguns dos nossos mais profundos, sinceros e ocultos desejos.

A simplicidade do universo de uma criança faz muita falta em nossos dias, em nossos corações.

A ambição e o egoísmo acabam sempre se tornando maiores. Nesse estado, julgamos, criticamos e atacamos. Sofremos.

Na pureza de uma criança somos como O SOL que irradia luz e alegria para todos, indiscriminadamente.

Por isso, de vez em quando, demita-se!

Ou melhor, viva como se estivesse eternamente demitido de tanta complicação. Comece agora a estudar a possibilidade de enxugar a enorme quantidade de gordura que existe nas exigências da sua vida. Celular? Cartões? Empregada? Faxineira? Seguros? Carros?

Afaste-se das complicações criadas pelo mundo dos adultos. Dos sentimentos mesquinhos e pequenos deste mundo.

E fique mais próximo do único sentimento que realmente vale a pena: a PAZ e vontade de desfrutar a vida, ou seja, brincar.

E viva mais feliz! 

Conceição Trucom


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Wrong



Fuga
Fugaz
"Recomêço"
"Recoméço"
E me encerro no mesmo erro,
fingindo o acerto pra te acertar.

E caio
Machuco
Levanto
Recrio o encanto.
Recolho o pranto,
para me fazer sonhar

Maresia
Fantasia
Anestesia
Medo de perder a essência,
o decoro, a decência
e não mais voltar.

Viagem
Miragem
Pilhagem
Tomando mais um coração de assalto,
só pra poder voar.

terça-feira, 20 de março de 2012

Ainda há tempo



Decoração Closet Pequeno  

Hoje entrei oficialmente num processo de me livrar das coisas. Roupas, sapatos, livros, discos, arquivos, cartas, saudades e até mesmo sonhos...
Preciso me dar o direito de adquirir novos ares, um espaço novo, só meu. Dedicado às ideias que ainda vou ter. Em uma terra distante daqui chamada pensamento.
Começar pelos bens materiais facilita muito as coisas porque ver efetivamente o que é seu indo embora, para longe de você, te causa dor. Nada apenas se vai, mas a memória daquele objeto leva consigo uma noite inesquecível, um almoço alegre, um jantar revelador, uma balada antiga, sonhos, sonhos e mais sonhos... Dói porque que tem doer. Porque se não há dor, não a passagem, não há rompimento e nem tão pouco libertação.
A dor tira as forças para recomeçar, causa entrega, desespero, teto preto, aniquilação parcial da capacidade de sonhar.
Mas quando você consegue recomeçar... Tudo tem um novo sabor. Como se fosse a primeira vez que você pudesse ouvir uma música ou ir a um antigo lugar. É como olhar uma foto amarelada pelo tempo, tentando enxergar que outras cores ela poderia ter. É a possibilidade de reviver, de escolher como você quer seguir seu caminho.
E com isso, você ainda leva de brinde a chance de ser expectador de uma nova felicidade quando alguém herda um objeto que foi seu ou até mesmo um sonho. É experimentar, sobre uma nova ótica, um novo-antigo prazer.
E a felicidade de um novo sorriso será compensador.
Preciso de espaço para novas escolhas, novos planos, novas histórias. Preciso de espaço para um novo modo de me vestir, para retomar minha autenticidade, para reencontrar “aquele alguém” que deixei no meio do caminho. Aquele alguém que nasceu no mesmo dia que eu, tem meu nome, divide comigo o número da minha identidade e que sofre de insônia como eu quando gasta de mais ou quando passa o dia arrastado por ter lido um livro em apenas uma noite.
Eu não sei parar.
É como se o mundo me esmagasse toda manhã. Com uma bateria enorme de novidades incríveis. Novidades as quais quero beber delas, sorvê-las, cada vez mais e mais. Porque sei que após espreguiçar-me, se não despertar de fato, terei perdido o fio da meada de um dia possivelmente incrível.
Como todos os outros foram ou serão, entende!?
Enxergar possibilidades, desfragmentar meu HD interno, abrir espaços em minha mente para estabelecer novas metas, reorganizar as antigas e cumpri-las. Listas e mais listas foram feitas ao longo da minha vida. Controladoras, severas, taxativas. Já cheguei a criar uma que continha mais de 100 itens. Não reconheço nem 20 como executados. Entre eles estão compras de artigos que já saíram de moda, coisas que gostaria de aprender a fazer, palavras que deveria dizer a alguém, economia de dinheiro, viagens...
Uma vez, li em uma revista feminina que era importante fazermos listas com nossos objetivos e riscá-los conforme íamos conquistando-os, que isso nos daria força para alcançarmos os outros. Hoje descobri o quanto esse processo é dolorido e que eu não funciono sobre pressão.
Porque sempre quis muitas coisas...
E a maioria delas sempre foram coisas muito difíceis.
Pois é... Pessoas que me conhecem diriam que eu as escolhi a dedo. Coisas impossíveis para alimentar minha autocomiseração. Pena de si mesmo é um grande aditivo para depressão.
E eu só sei disso porque hoje consigo perceber o quanto eu fui deprimida em um grande e importante momento da minha vida.
O que me salvou foi a ignorância. Foi ser tão jovem a ponto de não saber nada sobre as coisas que escrevo agora. Foi achar que acumular bens e sonhos era fundamental para crescer.
Hoje gostaria de poder, de alguma forma, retomar aquela “ignorância”. Não saber às vezes faz a gente ser mais feliz.
O que importa agora é levar a vida a sério, sem perder a alegria das conquistas, o prazer de estar com quem se ama, escrever uma bonita história e se tornar importante a ponto de não ser esquecido.
Assim como você, que acabou de ler isso agora, significa para mim.